quinta-feira, 26 de março de 2015

Que País É Esse? - A Indústria BR Parte 1



Advinha qual país que...

  • Tem uma das inflações mais altas do mundo
  • É referência quando o assunto é corrupção
  • Possui as tarifas de energia, Internet e transporte mais caras do mundo
  • Carga tributária nunca vista em nenhum outro lugar
  • Políticos que advogam em causa própria
  • Governos que roubam para se reeleger

Já conseguiu descobrir de qual país estou falando? Não está tão difícil assim, vá!

Esses dias, duas notícias me chamaram a atenção.

A primeira é sobre um artigo que escrevi e comentei sobre a Internet via rede de energia. Vi em uma reportagem da TV sobre uma Faculdade que tinha conseguido implementar exatamente essa solução e já estava na fase de testes de produção.

Achei muito legal o projeto, até ver a placa que foi produzida. Ficou claro para mim que eles mandaram fabricar a placa na China... Fiquei tão triste... Achei q era um projeto brasileiro, de uma faculdade brasileira. Quando vi a placa chinesa fiquei tão decepcionado... Eu espero que eu esteja errado e que a placa tenha sido fabricada no Brasil, mas eu conheço placas de circuito impresso, e sei que aquela placa que eu vi, naquela cor, só existe uma empresa no Brasil que consegue atingir aquele padrão de qualidade. E uma produção nessa empresa não sai por menos que 4 mil reais.

A segunda coisa que me chamou atenção foi a notícia hoje de que a indústria brasileira (sim, sem letras capitulares) está quem recessão desde o ano passado. 

Sério? Desde o ano passado?

A indústria brasileira está em recessão desde que a Prológica fechou, pois não dava conta de sobreviver ao 'Custo Brasil', isso lá em meados de 1989 (acho q foi 91 que fechou as portas).

Bom, vou facilitar um pouco e pegar uma mais famosa: CCE. Acho que atualmente mudou de nome para Positivo, não? Tá bom, vamos de Intelbrás, uma realmente de sucesso. Alguém já abriu um telefone da Intelbrás ou um aparelho da CCE e já viu a qualidade de fabricação das placas? Se você nunca fez isso, nem continue lendo. Pare agora, vá desmontar um aparelho desses que citei e depois volte a ler.

As indústrias que fabricam esse tipo de placa de Fenolite estão falindo. Eu mesmo já vi umas 2 grandes que faliram de 2013 pra cá. Uma delas de SP, teve uma greve tão complicada e um incêndio tão suspeito, por falta de pagamento aos funcionários, que fechou as portas.

As únicas indústrias que sobreviveram até agora foram as de calçados (interior de SP tem muitas) e de vestuário (Sul do Brasil, principalmente). Mas também estão penando por causa do mercado “informal” chinês que se instalou no Brasil e no Mundo todo...

A pergunta que fica é o que fazer? Como sobreviver a um mercado tão competitivo quanto o Chinês?

Tudo bem, eu sei que os orientais são complicados concorrentes. Eles são muito focados, sérios no que fazem e empenhados ao extremo! Sem falar que são bilhões! Com mão de obra barata, impostos irrisórios etc.

Mas aqui no Brasil, também temos indústrias de sucesso, como a automobilística, que criou e (mais importante) implantou o Biodisel, o combustível Flex, etc.

O que falta então? O que está dando errado? Venho me fazendo essas perguntas há uns 4 anos.

A resposta não é simples, e envolve vários fatos. Vou tentar listar algumas conclusões que cheguei:

  • Governo taxa em 60% os importados mas permite pirataria
    • Certo em taxar os importados, mas errado em deixar a indústria a mercê da pirataria (eu mesmo tenho meus DVD's do Curso Arduino largamente pirateados, mesmo sendo gratuitos na Internet)
  • Governo liberou imposto dos Livros, mas esqueceu dos DVD's e das Editoras
    • Certo em liberar o imposto dos livros, pois eles trazem informações importantes para a Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) no Brasil, mas novamente o Governo pecou em não liberar o imposto dos DVD's e também não ofereceu nenhum incentivo para as Editoras nas traduções dos livros técnicos. Também não apostou em ensino da língua inglesa. Temos livros, mas não temos material de suporte, nem programas para aplicar o que foi aprendido nos livros.
  • Governo diminuiu imposto sobre Notebook's, mas esqueceu de apostar nos microchips e placas de circuito impresso (PCB's)
    • De novo, mais uma vez, again! o Governo atua até metade do caminho e deixa a indústria completamente a mercê, pelos flancos. Com a abertura de mercado dos PC's, lá na era Collor, foi uma baita revolução! Mas o Governo demorou demais em atuar novamente e a redução do custo de Notebooks só foi feita recentemente. Resultado, temos uma indústria forte em Software, mas a indústria brasileira de microchips e placas, ou seja a parte de Hardware, ficou pra trás! Quem conhece computador, sabe que as duas tecnologias precisam andar juntas! Hoje temos um mercado de iPhones (viva a Indústria da Califórnia!) e também HiPhones! Sim, as versões chinesas do iPhone! Elas estão por aí aos montes! E funcionam! Mal, mas funcionam! Atendem um público-alvo específico, mas funcionam, eu repito! E o BRPhone? O MarraPhone? Cadê?

Bom, vou parar por aqui, pois esse assunto é deprimente demais. Quem sabe quando algum Ministro da Tecnologia resolver contratar meus serviços de Consultoria em P&D, teremos um Brasil mais alinhado com o mercado Mundial e mais apto a concorrer e não só assistir pelo buraco do muro.

E não precisa ser eu não! Basta contratar alguém que saiba o que o Brasil precisa e não o que o Governo precisa! 

Eu não canso de falar que enquanto tivermos Aloísio Mercadante como ministros da tecnologia, estamos f%$###$$%%.

Abraços,
Renato




domingo, 22 de março de 2015

Dilema do Novo Velho Mundo


O mundo muda. A paisagem muda. O clima muda. Mas as pessoas não mudam.

Atualmente estamos vivendo uma era totalmente tecnológica. Totalmente! As pessoas não tiram mais os olhos do seu “aparelho” com medo de perder algum detalhe, de não ver um vídeo novo de sucesso e ser “pego” desprevenido entre os amigos, por não saber do que eles estão falando...

O mundo gira em uma velocidade de 24 horas por dia. Parece estranho, mas horas por dia tbém é uma medida de velocidade, guardadas devidas grandezas numéricas.

Os adolescentes de hoje em dia, estão “girando” a uma velocidade de 2 horas por dia!

Através de nossos “aparelhos” conseguimos dar a volta ao mundo umas 12 vezes por dia! O mudo ficou muito lento para nossas necessidades!

Em 24 horas, uma pessoa “normal” (leia-se geek) consegue consumir, em média:
  1. De 1 a 2 filmes em qualidade HD com tamanho aproximadamente de de 1.5Gb cada
  2. Uns 4 a 5 episódios das séries preferidas, cada episódio por volta de 300 a 700Mb, dependendo da qualidade
  3. De 10 ou 15 vídeos do You Tube por dia (!!!), cada um de 15 a 30 Mb por vídeo. (Sim, o número de vídeos é bem maior, mas vamos manter a matemática na casa dos centos, senão vou perder a conta!)
  4. Facebook é um grande vilão! Consome por volta de 10 a 20 Mb por dia só por ficar aberto (!!!), atualizando o Feed de Notícias.
  5. Email deixou de ser um vilão de consumo de banda na Internet, mas vamos dizer que nossa “pessoa normal” deste artigo consuma 1,5Mb de e-mails por dia.
  6. Agora WhatsApp... Sem números definidos ainda, mas se as operadoras de 3G estão oferecendo de graça, deve ser um número tão absurdo que eles vão falir todo mundo, se tiverem que cobrar essa conta. Vamos considerar, 33 Mb por dia, por baixo.

Vamos parar por aqui. Acho que é suficiente para montar o cenário.

Considerando que os filmes em qualidade HD e as séries preferidas sejam assistidas pela TV Paga, com um custo médio de R$ 250 por mês (duvido achar por esse preço com qualidade HD, mas vá lá), temos um custo por dia por volta de R 9,00 (exatos 8,333333333). Se você pagar R$ 400, o custo/dia é de 13.3333, e assim por diante. Vamos considerar R$ 10,00 em média, para efeitos desse artigo. Enfim, vamos os custos da internet.

Internet é mais complicado de calcular custo, pois depende muito da operadora de Internet e da região do Brasil onde vivemos.

  • Nas grandes cidades, com conexão via cabo coaxial e fibra optica, não precisamos nos preocupar com limite de downloads, clima ruim, conexão caindo, essas coisas.
  • Já nas periferias das grandes cidades, com muitos “gatos”, as operadoras não investem muito e o acesso fica limitado ao ADSL, que é famoso “par trançado” da telefonia dos anos 80 e 90. Funciona muito bem! Mas é muito sucetível a interferências eletromagnéticas e as velocidades de downloads não são muito boas. A conexão cai mais frequentemente e as grandes distâncias, chuvas, rompimento de fios, são problemas comuns.
  • No interior, o problema é totalmente outro: limite de banda! Normalmente não chegam cabos, apenas rádio e satélite. As velocidades são boas e as conexões, quando utilizado equipamento correto (antenas, amplificadores e direcionadores), o sinal é sempre estável. O grande problema mesmo é o custo do download, que é limitado por uma quantidade (normalmente baixa) por mês!

Resumindo:


  • Grandes Cidades:
    • Custo de R$ 50 ~ R$ 100 por mês (R$ 1,50 ~ R$ 3,50 por dia)
    • Sem limite
    • Velocidade de download média 350kbps
    • Conexão não cai
  • Periferia
    • Custo de R$ 50 ~ R$ 100 por mês (R$ 1,50 ~ R$ 3,50 por dia)
    • Sem limite
    • Velocidade de download média 150kbps
    • Conexão cai apenas devido condições climáticas, interferências magnéticas, distâncias longas
  • Interior
    • Custo de R$ 100 por mês (R$ 3,33 por dia)
    • 3 Gbytes de dados (depois operadora limita a velocidade)
    • Velocidade de download média 30kbps, (9 ~ 15Kbps, depois do limite)
    • Conexão cai frequentemente, independente da qualidade de sinal ou do clima, sem muitas explicações

Considerando o custo médio de R$ 3,00 por dia de internet e arrendondando os números, já temos uns R$ 12,00 de custo por dia! Só pra assistir umas séries e ficar atualizado com o Facebook!

Fazendo as contas temos:



Consumo TV Internet Cidade Internet Periferia Internet Interior
1 ~ 2 filmes Franquia, se HD normalmente te adicional Franquia Franquia Limitado! Cada filme 1.5Gb, apenas 2 filmes por Mês! (sem assistir séries!)
4 ~ 5 episódios Franquia, mas pode ter adicional, pois canais são limitados Não tem, só via megafilmes ou torrents, sem limites Não tem, só via megafilmes ou torrents, sem limites Limitado! Cada episódio 350Mb, apenas 6 episódios por Mês! (sem assistir mais nada!)
10 ~ 15 videos Youtube Não tem (?) sem limites sem limites, mas dificuldades na velocidade e estabilidade da conexão dificulta assistir Limitado! Cada vídeos por volta de 20Mb x média = 250Mb/dia, ou seja apenas 8 por Mês! (sem assistir filmes!)
Facebook Não tem (?) Sem limites Sem limites, mas pode limitar outros serviços, como assistir vídeos do YouTube Limitado! As operadoras estão oferecendo como moeda de troca pra ganhar da concorrencia, pois eles sabem que consome muita banda!
Email Não tem (?) Sem limites Sem limites Sem limites, mas demora para enviar com imagens e vídeos e para receber tbém.
WhatsApp Não tem (?) Não tem Não tem Mesma coisa que o Facebook, só que pior, pois como é um serviço que depende da operadora de celular, eles estão usando como moeda principal de troca na hora de ganhar o cliente.

Bom, acho que é isso, para tentar mapear um pouco a realidade de custos da Internet e Serviços de Comunicação no Brasil. E só considerando as velocidades e limites de download, sem considerar as precárias velocidades de upstream das operadoras. Anatel que se cuide quando as pessoas descobrirem o quanto são enganadas.

Enfim, ainda existe muito a ser detalhado, mas parece que a TV Digital com o conversor interativo não “pegou”... Ou ainda vai “pegar”? Só assim as operadoras de TV vão conseguir oferecer serviços como Youtube, Facebook e Whatsapp, quem sabe? (um conversor com 3G integrado?)

Estive dando uma estudada no Ginga, que é a plataforma de TV Digital brasileira, totalmente baseada em Linux! Ufa!


Só achei que a comunidade de desenvolvimento do Ginga está meio devagar... Achei que com a chegada do Raspberry Pi, isso pudesse mudar, mas acho que ainda é meio cedo...

Vamos em frente. Todo resto está devagar, exceto a mudança do mundo, quer as pessoas queiram ou não.

Abraços,
Renato






quarta-feira, 11 de março de 2015

Futuro da Energia Elétrica



Atualmente estamos passando por uma crise de recursos naturais. Os reservatórios de água estão secando ou mudando de lugar. Os investimentos em energia elétrica não acompanharam o consumo. Principalmente em países em pleno desenvolvimento, como é o caso do Brasil, como ir para frente sem energia elétrica?

Enquanto estamos atolados em escândalos de mensalão, petrolão e agora estão dizendo que a corrupção já está em metástase, e já invadiu todos os outros órgãos, inclusive a Eletrobrás.

O projeto de governo do PT durante esses 13 anos reivindica o fato de ter tirado a população da miséria; mas foi sair da frigideira para cair na brasa! Aqueles mais otimistas vão dizer: mas é um processo natural e são fases a serem cumpridas. Será?

O governo só esqueceu de tirar a si próprio da miséria. O que adianta a população conseguir acesso a crédito, poder comprar carro, casa, celular, tablet etc. Como diz o ditado popular: alegria de pobre dura pouco.

Agora temos acesso a tudo isso, graças ao governo do PT (Será?), mas 'como que fazemos' agora para lavar nossos carros, se tomamos multa ao usar a água; como vamos carregar nossos celulares e tablets se a energia elétrica subiu assustadoramente? Como vamos abastecer nossos carros com esse preço de combustível? Vamos voltar a andar de ônibus? Com esses preços de passagem?

A impressão que dá é que nadamos, nadamos e estamos agonizando na praia...

Já passamos por inflação diária nos anos 80 e 90. Passamos por apagões no inicio dos anos 2000. E agora em 2015, além da telefonia mais cara da Via-Láctea, temos a água faltando, energia elétrica encarecida, combustíveis, passagens, serviços... Tudo subiu de preço!

E agora os caminhoneiros estão parando... E pra quem se lembra da nossa ferrovia, está sucateada, assim como todos os outros serviços públicos...

Mas e o futuro? O que vamos fazer para resolver?

Governos são muito lentos. A Dilma já prometeu umas 14 vezes internet gratuita pela rede elétrica AC. Mas se ela tivesse um mínimo de conhecimento, saberia q é caro e que precisamos de um pátio industrial para construir todo o maquinário. Ou vamos importar tudo dos chineses? Então precisamos de dinheiro! Ah! O governo não tem nem indústria nem dinheiro! E agora? Vamos afundar a cara de novo no FMI? Vamos recuperar de vez a crise americana, nos endividando com os EUA de novo? Tudo de novo?

Esse é o grande ponto da questão: cadê o pátio industrial brasileiro? Não é a toa que Skaf não consegue nem ganhar eleição de síndico de prédio. Ele tem a faca e o queijo nas mãos, só não sabe o que fazer.

E enquanto tivermos ministros da Tecnologia como Aloísio Mercadante e etc., vamos continuar com esse Brasil dos tempos das cavernas, dependendo do pátio industrial dos chineses e do dinheiro americano.

Eu sei que não estou apresentando uma solução para o futuro, mas estou plantando uma semente de dúvida na sua cabeça, pense nisso!

Abraços
Renato